Solar deve ultrapassar 2 TW no mundo até dezembro

Atualizado há 8 horas

Mônica Cardoso

Os portões do Expo Center Norte, em São Paulo (SP), foram abertos nesta terça-feira (27) para o primeiro dos três dias da Intersolar South America 2024: o principal evento latino-americano de inovação do setor fotovoltaico.


O evento teve início com uma palestra de boas vindas ministrada por Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), junto de outros profissionais.

O executivo comentou que a fonte solar vem batendo recordes no Brasil e no mundo. “Em 2023, o mundo atingiu 1,5 TW em operação, com mais de 400 GW adicionados ao longo do ano. Para 2024, o planeta deve ultrapassar a marca dos 2 TW”, disse ele.

Segundo o executivo, tal crescimento tem relação direta com a redução de preços das tecnologias que compõem um sistema fotovoltaico, que caiu quase 50% no mercado internacional no último ano.

“Temos visto diversos usos da fonte solar, sobretudo no nosso país, seja em edificações, agronegócio, carports e usinas hidrelétricas, o que tem ajudado o nosso crescimento. Até 2028, existem expectativas do mundo de ultrapassar os 5 TW de capacidade instalada global”, comentou Sauaia.


Apesar da sociedade e do setor estarem fazendo a sua parte, a falta de políticas públicas que apontem para uma direção sustentável ainda impedem que o país realize uma transição energética mais rápida e de maior qualidade. De acordo com Sauaia, é possível que o país pare de emitir gases de efeito estufa até 2030 caso a máquina pública valorize mais o uso de fontes renováveis.


“Dados do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos, para cada R$ 1,00 dado para fontes renováveis, são dados R$ 5,60 em subsídios para fontes fósseis”, disse ele.


Além das questões que envolvem a máquina pública, Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, comentou que o mercado solar também enfrenta hoje alguns desafios macroeconômicos, como taxa de juros elevadas e questões fiscais. Contudo, segundo ele, como a demanda por energia seguirá cada vez mais maior, haverá muitas oportunidades para o fomento da fonte no país, sobretudo com a chegada de novas tecnologias relacionadas, como armazenamento e veículos elétricos, por exemplo.

“A cada cem contas de luz no país, quatro são hoje abastecidas por energia solar. Na Austrália, hoje, contudo, são 30. Portanto, a energia solar no Brasil ainda tem longo caminho a ser percorrido, sendo um segmento que tem muitas oportunidades para todos. Há empresas hoje que vão ser gigantescas”, disse ele.

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