Os cortes determinados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) nas grandes usinas solares e eólicas foram responsáveis por gerar um desperdício de energia limpa de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos, segundo mapeamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Os cortes realizados teriam como objetivo estabilizar o sistema quando o mesmo está perto de colapsar. Eles começaram a ocorrer em outubro de 2021, dois meses após um apagão atingir 26 dos 27 estados brasileiros.
Segundo o ONS, a interrupção no fornecimento de energia teve como principal causa uma falha em equipamentos de usinas eólicas e solares. O órgão desde então tem operado em condições “mais conservadoras”.
Contudo, para a ABSOLAR os cortes na geração solar e eólica acendem um sinal de alerta para a necessidade do Brasil reforçar o planejamento e os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, sobretudo em linhas de transmissão e novas formas de armazenar a energia limpa e renovável, gerada em abundância no país.
Na avaliação da entidade, é plenamente possível aumentar a participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira, mantendo a confiabilidade, segurança e estabilidade, bem como assegurando o equilíbrio técnico e econômico da expansão e operação do sistema elétrico.
Rodrigo Sauaia, CEO da associação, afirma que a maior inserção da energia solar em grandes usinas é fundamental para o país reforçar a sua economia e impulsionar o processo de transição energética. “A fonte solar é parte desta solução e um verdadeiro motor de geração de oportunidades, novos empregos verdes e renda aos cidadãos”, disse ele.